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Mentes Brilhantes-Fichamento 3

  • Itamar Luz
  • 15 de jun. de 2017
  • 7 min de leitura

Excelente obra,leitura muito agradável e de fácil assimilação,o autor nos convida a uma reavaliação dos conceitos relacionados a inteligencia e criatividade,nos apresenta de forma didática porem sem cair no detalhismo cientifico, os mecanismos e técnicas que nos levam a aproveitar ao máximo nosso potencial cerebral, altamente recomendavel.

Vulgarmente a genialidade sempre esteve associada ao numero de células do sistema nervoso responsáveis pelas transmissões dos sinais eletroquímicos no celebro, em outras palavras ao numero de neurônio que cada indivíduo possuía em sua estrutura cerebral, ainda hoje o tema causa certa confusão e se constitui em matéria de discussão no meio acadêmico, estando longe de ser uma unanimidade qualquer resposta que aponte para uma teoria unificada, antes do século XX vigorava de forma inequívoca o postulado que relacionava a capacidade intelectual de indivíduos a quantidade maior ou menor das células neurais, muitos pesquisadores defendiam que esta mesma capacidade intelectual diminuía com o passar dos anos, em virtude dos neurônios passarem a se reproduzia mais lentamente a partir de certa idade biológica, esta abordagem foi contestada por Santiago Ramon Carjal, considerado o pai da neuroanatomia, este descobriu em 1911 que ao contrario do que se pensava, o numero de conexões entre os neurônios era o verdadeiro requisito para genialidade,estas conexões aumentam na medida em que aprendemos mais,quanto maior o nível de informações maiores serão as conexões que ligam os neurônios,o que conseqüentemente resultará em uma maior eficiência da utilização conceitual de nosso celebro.

No que se refere à memória, o essencial a nossa existência não é a capacidade de lembrar-se dos fatos, mais contrariamente nossa capacidade de esquecê-los, o esquecimento é um mecanismo de defesa utilizado por nossa psique, ele nos protege de sentimentos ruins como angustias, frustrações, fobias e mesmos transtornos obsessivos, esse fenômeno não tem relação direta a uma causa neurológica ou a alguma deficiência cognitiva, está em grande parte, relacionado ao fato de que nossa memória se torna seletiva com o passar dos anos.

No mundo atual milhares de ferramentas mnemônicas estão ao alcance de uma mão, não temos mais necessidade de memorização, haja vista podemos armazenar em nossos dispositivos portáteis milhares de informações, essas são acessadas a velocidade de um clique, para o autor o grande problema está no fato de usarmos a tecnologia como muleta e não como instrumento para o desenvolvimento humano,quando nos tornamos dependentes destas ferramentas tecnológicas o processo de memorização fica extremamente comprometido, nos tornando presas fáceis para doenças degenerativas como o Alzheimer, nosso celebro como qualquer outra parte de nosso corpo precisa de estímulos para que possa se desenvolver, quando não o estimulamos nossas capacidades celebrais tendem a se retrair.

Segundo Alberto Dell’Isola, memória é uma função inteligente,da qual lançamos mão para solução de problemas apresentados pelo meio, este recurso tão importante tem que está alicerçado em um suporte prévio para que se constitua em um recurso eficiente,noutras palavras são as experiências passadas que nos preparam para os desafios apresentados no contexto em que estamos inseridos,ao analisamos a historia da humanidade, antes da invenção da escrita, a memória se mostrou um recurso crucial para o desenvolvimentos das primeiras civilizações, o mantimento status Quo se devia justamente a capacidade de transmissão das tradições praticamente através da historia oral,para tanto era necessário o desenvolvimento de técnicas eficazes de memorização,de forma a assegurar a unidade política,social e religiosa de determinada sociedade.

A memória não segue um processo linear, pois a mesma se alicerça em diversos sentidos cognitivos, de acordo ao nosso interesse e envolvimento emocional, são continuamente ressignificadas, selecionadas, construídas e reconstruídas, parece certo supor que dentro destas lógicas seria mais apropriado falar em “códigos de memória”, para denominar tal processo mnemônico, neste ponto precisamos enfatizar que capacidade de memorização não tem relação alguma com o chamado “decoreba”, este se baseia em técnicas ineficientes de memorização, sem uma analise conceitual do que se quer memorizar, utilizando técnicas de repetição pura e simples, este método é completamente equivocado, ao tentar processar uma grande quantidade de informação em pouquíssimo tempo, não conseguiremos abstrair o conhecimento cumulativo necessário para criar uma rede eficiente de memorização. Nossas memórias relacionam-se com os diversos sentidos cognitivos, estes lhe dão significados, para que o processo mnemônico seja efetivo este não pode ser destituído de conteúdos, sem evidencias que colaborem para o entendimento.

Analogamente comparamos a memória a coisas como armários, livrarias ou computadores, como se a mesma fosse uma coisa física, este é um grande equivoco, pois a memória é um processo onde diferentes tipos de informação são analisadas e processadas sob diferentes abordagens, tudo dependendo do contexto em que estão inseridas as informações a serem guardadas.

A memória do conhecimento é internamente alicerçada em conceitos, por conseguinte estes conceitos estão organizados em categorias temáticas, quanto mais subordinado for o nível de informação, menos abstratas serão suas definições. Desempenhar atividades que envolvam a criatividade é essencial ao desempenho operacional do celebro, nossa capacidade cognitiva depende em grande parte desta interação, este processo deve ser uma constate em todas as etapas da vida, como já dito, paradoxalmente em função da inquestionável praticidade que a tecnologia passou a representar em nosso cotidiano, acabamos por desenvolver certa “preguiça mental”,preferimos delegar a “maquina” uma tarefa, à tentar explorar nossos limites intelectuais, estas é a grande diferença entre as pessoas que se destacam pela criatividade,elas usam o esforço intelectual criativo, não cedendo a tentação de soluções convencionais.

Como toda função cerebral, a criatividade necessita de uma matéria pré-existente, não se cria a partir do nada ou do vazio, Lavoisier já sinalizara para a inconsistência de uma criação sem conteúdo, em sua frase universalmente conhecida, ”na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, ele nos mostra o principio da transformação, transformar pressupõem-se a existência de algo que servirá de matéria para um novo conceito.

O processo criativo também envolve mudanças de paradigmas, seja no modo como enxergamos o mundo ao nosso redor ou na maneira que executamos nossas ações, precisamos nos reinventar constantemente, alguém que sempre faz as mesmas coisas, dificilmente conseguirá ser criativo, o pressuposto para criatividade requer a aceitação das mudanças como um fator necessário e até mesmo positivo, são nos momentos de maior dificuldade que nossa capacidade criativas serão mais necessárias, são exatamente nestes momentos que alcançamos nossas maiores conquistas.Para Havord Gadner, a idéia principal da concepção criativa está no pensamento divergente,pessoas inteligentes pensam normalmente de forma convergente,propondo soluções praticas que se encaixam no principio normativo das coisas,em contrapartida pessoas criativas pensam de forma divergente,criando uma gama de possibilidades,de certa forma idissiocraticas e possivelmente únicas, podemos ter pessoas extremante inteligentes,mais pouco criativas e vise e versa,este dois constructos,inteligência e criatividade, a pesar de compartilharem a mesma correlação,não significam a mesma coisa,tendo mecanismos próprios de desenvolvimento.

Crianças costumam ser naturalmente criativas, no entanto nosso processo de formação educacional está fundamentado em técnicas que incentivam a regurgitação de idéias prontas que nada tem de criativas, desta forma somos condicionados ao logo de nossa formação a nos tornamos proeminentes em determinada área do conhecimento,neste momento nossa criatividade psicosometrica começa a se distanciar de nossa inteligência psicosometrica, é preciso salientar que gostar do que faz não é a mesma coisa de fazer o que gosta, o ser humano é por natureza adaptável, acabamos pelo condicionamento, gostando de determinadas tarefas pelo simples fatos de não ser possível se livrar delas. Ao longo de nossas vidas somos expostos a diversos tipos de condicionamentos, sociais, religiosos, educacionais, morais, para que possamos ser realmente criativos precisamos nos livrar de muitos deles, temos que adotar o ceticismo ativo,evitar o questionamento é possivelmente uma das atitudes mais contra pudentes para o processo criativo,pois nos limita de forma dogmática,pensar criativamente envolve um certo risco calculado,isso de certa forma nos limita,afinal não queremos ser taxados de loucos,fracassados,no entanto aceitar o risco é a única alternativa para a auto-realização,o escritor William Plomer sintetizou de forma brilhante este conceito quando disse,”A função do homem criativo é perceber e conectar aquilo que parece completamente desconexo”,esta limitação a nossa criatividade é auto imposta,em grande parte deixamos de realizar grandes feitos pelo simples fato de querermos parecer constantemente lógicos e racionais,temos a obsessão de buscar sempre a resposta certa,a mais inteligente,somos dados a frases de efeitos,em face disso temos desenvolvido pouquíssimo nossa capacidade de gerar idéias originais,fora do convencional,para Emile Chartier “nada é mais perigoso que uma idéia,quando ela é a única que temos”,dentro de uma sociedade onde existe uma deturpação da meritocracia, como é o caso da nossa,não é de se estranhar que as pessoas tenham medo de errar,dificilmente a sua primeira idéia será sua melhor idéia,assim o segredo das pessoas criativas é ter milhares de idéias,não tendo receio de testar cada uma,e se ao menos uma delas estiver certa terá valido apenas,nossas limitação se baseiam mais na ilusão do conhecimento do que na ignorância propriamente dita, precisamos entender que todos teremos que enfrentar algum tipo de rejeição em nossas vidas,todas as grandes mentes criativas enfrentaram, mesmo ao criar algo incrível e inovador não podemos esperar que as pessoas entendam e valorizem o que estamos fazendo no momento,o errar neste contexto deve ser entendido como um simples resultado,sendo este bom ou ruim o que conta é a experiência, criticas podem representar uma possibilidade de reavaliação e readequação rumo a melhores caminhos profissionais ou mesmo a uma vida melhor,o “não” pode representar o momento da virada,uma quebra dos paradigmas, dos padrões de condicionamentos, nunca deve ser entendido como uma “sentença de morte”,a maioria só conseguirá ver a conexão com o que você faz ou cria agora, quando em algum momento olharem para trás,poucas pessoa conseguem olhar para o futuro e se conectarem com as necessitadas que se apresentam diante delas,os chamados empreendedores vêem oportunidade onde a maioria só ver problema e dificuldade, Steve Jobs,uma das mentes mais criativas do século XXI proferiu um discurso que entrou para historia,suas palavras foram direcionadas aos formando da Universidade Harvard, mais podemos perfeitamente adaptá-las para nossas próprias aspirações,“ precisamos descobrir o que amamos,essa regra vale tanto para o trabalho quanto para as pessoas,a única maneira de ser realmente satisfeito e realizado tanto em uma quanto em outra área é fazer bem feito o que se gosta de fazer,nosso tempo neste mundo é limitado,e não podemos gasta-lo vivendo a vida de outras pessoas”,não podemos deixar que o barulho das opiniões alheias mate nossa criatividade, esse é o requisito para auto realização, quantas vezes não nos sentimos sufocados pela expectativa que depositam em nós, e acabamos por criar uma caricatura do que imaginamos ser, naufragando pela falta de visão relacionada a mudança,ou mesmo por medo do julgamento social,novas abordagens são necessárias,nossa sociedade carece de mentes pensantes,precisamos mudar o foco que hoje é no problema,para focar na solução,buscar novas formas de educação onde existam abordagens holísticas em detrimento a modelo atual,este impõem uma forma mecânica de reprodução de informação desassociada de senso critico.Para finalizar cito uma frase de Claudio de Moura Castro,”A criatividade de uma nação está ligada a capacidade de pensar e teorizar, o que requer uma boa educação e ,dai ,partir para o inventar e, depois, ir as ultimas conseqüências no fazer”


Itamar Luz


 
 
 

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