Dataclisma- Quem somos, quando achamos que ninguém está vendo- Fichamento 4
- Christian Rudder
- 11 de ago. de 2017
- 4 min de leitura

A leitura deste livro realmente me surpreendeu, em Dataclisma o Jornalista Christian Rudder consegue através de uma linguagem acessível responder qual o comportamento que desenvolvemos dentro do contexto cibernético, a pergunta “ quem somos quando não tem ninguém olhando” parece não ter uma resposta específica, mais aponta para uma tendência, a de que podemos ser não apenas uma pessoa diferente, mais varias pessoas, esta é a grande sacada do mundo virtual, tendo o facebook como expressão máxima desta tendência, enquanto que o google reina absoluto como o grande oráculo virtual, receptáculo de todo saber e conhecimento humano acumulado através de gerações, os usuários deste serviços, estão criando quase sem querer, em virtude do fato de que estão tentando explorar a vastidão do ciberespaço através do erro e acerto, pelo simples fato de inexistir um histórico que possa ser usado como referencia, nesta jornada estão deixando para trás quase sem querer um rastro de desejos e opiniões compiladas em precisão cristalina, podemos analisar as pessoas comuns e suas aspirações a nível global com precisão e flexibilidade imagineis a apenas algumas décadas , pois outro grande paradigma que a grande rede mundial quebrou foram as limitações impostas pelas fronteiras físicas que separavam as pessoas e suas opiniões.
Diferente das tabuas em argila e do papel, o espaço em disco é barato e praticamente inesgotável, nele há espaço para mais do que heróis, o que as pessoas dizem na rede apresentam apenas parte da equação, pois tendemos a tornar nossas pontos de vista mais palatáveis, a normas sociais ainda são preponderante nas rede sociais, e de certa forma não queremos nos tornar, com raras exceções, parias virtuais,
As pessoas estão selecionado demais na internet com base em algo que não são importantes para elas na vida real, este contexto mostra-se extremante fértil para o campo de marketing, hoje não há mais necessidade de especulação a respeito dos gostos e tendências dos consumidores em potencial, está tudo preservado na rede, desta forma, uma pesquisa de mercado toma com base fontes que representam uma amostragem em escala global, pagamos mais por moléculas de marca cuja propriedade são determinadas por leis físicos químicas imutáveis, apenas pela relação entre o objeto possuído e a diferenciação social advinda deste, no mundo dos produtos ofertados por uma miríade de empresas tentando prospectar novos consumidores, você sempre pode conseguir o que quer, difícil e descobrir o que você precisa.
Falando um pouco de redes sócias especificamente, o facebbook aparece com “a rede social”, devido a imensidão e diversidade dos grupos que o compõem, uma amostragem dos usuários que estão cadastrados lá, representam basicamente quase que uma amostragem das pessoas que utilizam internet, sendo concebido para ser o espaço para encontro entre “amigos”, os dados coletados neste meio social são quase a materialização do solipismo, lá escondemos nossos preconceitos, e sentimentos mais vis, em grande parte devido ao efeito aquário que o face exerce sobre seus usuários, ficamos de certa forma inibidos pois queremos ser valorizados pelo amigos, queremos mais curtidas, queremos reconhecimento, precisamos ser elogiados e ter exaltados nossos méritos e inteligência quando nos posicionamos a respeito de pontos polêmicos, todavia de maneira geral a forma que tratamos nossos amigos não necessariamente representa a forma que tratamos o restante da humanidade, temas polêmicos como racismo, homofobia, vícios, depressão são descíeis de diagnosticar a nível social, pois na maioria das vezes as pessoas não conseguem ser sinceras com relação a estes assuntos
Não falamos mais abertamente sobre racismo e descriminação, todos reconhecem que é errado este tipo de separação social, mais não obstante ao fato da maioria se abster de opinar sobre o assunto, todos estes conceitos ainda estão implícitos em muitas de nossas decisões e atitudes, o Gogle se tornou um grande repositor do ID coletivo da humanidade, basta olhar para a pequena tela em branco para perceber o que as pessoas em sua maioria andam pensando, lá a pergunta está implícita, e soltamos todos nossos demônios e preconceitos na certeza do anonimato que é oferecido, somos nos verdadeiramente , sem mascaras ou condicionamentos sociais utilizado esta ferramenta, que devido ao seu caráter ubíquo, pode não só representar tendências mais também defini-las, basta você começa a buscar estereótipos no google e o preenchimento automático mostrará as pesquisas mais relevantes, o grande problema aqui é que uma grande parcela das pessoas que utilizam o serviço acabam influenciadas e aumentam uma tendência que apenas deveriam refletir opiniões isoladas, um usuário digita uma pergunta não relacionada e acaba esbarrando nos preconceitos alheios, assim deste modo irregular pensamentos e opiniões desprezíveis vão ganhando o mundo
Outra mudança significativa é que a internet transformou todos seus usuários em figuras publicas, no passado figuras com status eram lideres e celebridades, mais a foice niveladora da tecnologia acabou com este diferenciação, no entanto existe um lado perverso nesta historia, se qualquer um pode virar uma celebridade da noite para um dia, pode na mesma rapidez se tornar Persona non grata na mesma rapidez, as mídias sócias dão tanta notoriedade aos usuários ao ponto de por inveja dos demais valer a pena desmoraliza-lo, em contrapartida garante a todos a liberdade de o fazerem, daí o cuidado redobrado da maioria ao postar fotos e opinião em redes sociais. Não obstante os cuidados tomados, nossa necessidade maníaca por reconhecimento virtual, pode ser a causa de nossa ruína tanto no ciberespaço quanto no mundo real, as empresas e os governos estão compilando nossas vontades e desejos, reunindo-as em um modelo social que possam dominar, quanto mais privacidade você concede, mais eficazes eles se tornam, todo esse fluxo de informação precisam vim de algum lugar, e esse lugar somos nos mesmo, a grande pergunta é, o que você está ganhando ao abrir mão de sua privacidade?, pessoas publicas vendem a vida pessoal para conseguir prestigio e fama, a maioria dos internautas deixam migalhas invisiveis na esperança de que as pessoa achem que vala a pena segui-las,
É inegável a magia e o fascínio que a grande rede tem exercido sobre nós, mais neste momento a imagem ainda é maior que a substancia, nos estamos imersos na enchente que nos mesmos trouxemos, o grande paradigma é, nos iremos nós afogar ou nos erguer.
Leitura realizada em á 1 de outubro de 2017
Itamar Meira Luz
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