O que é o céu se não um suborno, e o inferno se não uma ameaça.

Ah, o céu e o inferno, os dois maiores instrumentos de manipulação da história da humanidade. Desde tempos imemoriais, líderes religiosos e políticos têm utilizado esses dois conceitos para controlar as massas, prometendo o paraíso eterno para os bons e as chamas infernais para os maus. Mas será que isso é justo? Será que somos tão fáceis de sermos subornados e ameaçados?

Afinal, o que é o céu senão um suborno? É como aquele pai que oferece um doce para o filho se ele se comportar bem, mas nesse caso, o doce é a vida eterna em um lugar que ninguém nunca viu. É um negócio e tanto, não é mesmo? E o melhor de tudo é que você nem precisa estar vivo para receber a recompensa, basta ter sido bonzinho durante sua passagem pela Terra. É como uma rifa divina, em que você compra seu bilhete sendo uma boa pessoa e torce para ser sorteado com um lugar no paraíso.

E o inferno? Ah, meu amigo, o inferno é algo muito pior ainda. É como aquele pai que ameaça castigar o filho caso ele não se comporte bem, mas nesse caso, o castigo é ser queimado por toda a eternidade em um lugar que ninguém nunca viu. É uma ameaça e tanto, não é mesmo? E o pior de tudo é que você nem precisa ter feito algo tão terrível assim para merecer uma passagem só de ida para lá. Basta ser um pouquinho malvado durante sua passagem pela Terra e pronto, você já está condenado.

Mas será que é justo? Será que é justo usarmos o medo e a esperança para manipular as pessoas? Será que é justo colocar tanta pressão nas nossas costas para sermos sempre bons, sem nunca errarmos? E quem decide o que é ser bom ou ser mau, afinal de contas? Será que não é tudo uma questão de ponto de vista?

Enfim, o céu e o inferno são dois conceitos bem complicados, que geram muita tensão e muita polêmica ao redor do mundo. Mas será que precisamos mesmo de tantas regras e de tantas ameaças para sermos seres humanos decentes? Será que não podemos simplesmente seguir nossos corações e procurar fazer o bem sem esperar nada em troca? Afinal de contas, o que é o céu se não um suborno, é o inferno se não uma ameaça, não é mesmo?

Itamar Meira Luz